PM afasta policiais que mataram 4 pessoas na Chapada dos Veadeiros
A Polícia Militar de Goiás (PMGO) afastou os policiais envolvidos na operação que causou quatro mortes da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Os homens foram mortos em uma plantação de maconha na última quinta-feira (20).
Os policiais falam que houve troca de tiros, mas familiares e amigos das vítimas contestam essa versão. Os homens mortos não tinham histórico de violência e mantinham estilo de vida pacato, conforme as pessoas que os conheciam.
A PMGO informou nesta segunda-feira (24/1) ter determinado a instauração de um inquérito policial militar e o imediato afastamento das atividades operacionais, de todos os policiais envolvidos no caso.
“A Polícia Militar não coaduna com desvio de conduta, esclarece que todas as providências cabíveis estão sendo tomadas e que o caso será apurado com o rigor devido”, prometeu ainda a PM em nota.
58 tiros
Segundo o boletim de ocorrência, sete militares participaram da operação com mortes, em uma fazenda de Colinas do Sul, próximo de Cavalcante, também na região da Chapada.
São eles os sargentos Aguimar Prado de Morais e Mivaldo José Toledo, os soldados Welborney Kristiano Lopes dos Santos, Eustáquio Henrique Nascimento Lopes e Italo Vinicius Rodrigues de Almeida. Também participaram os cabos Mascarenhas, que não teve o nome completo divulgado, e Jean Roberto Carneiro dos Santos.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, a PM disparou 58 vezes contra as vítimas, sendo que 40 tiros foram de fuzil. Os outros foram de pistola.
Os policiais dizem que os suspeitos usaram uma espingarda e três revólveres, mas amigos das vítimas só reconhecem a posse da espingarda, que seria algo comum para quem vive na zona rural.
No boletim de ocorrência diz que havia 2 mil pés de maconha na fazenda onde houve as mortes. No entanto, a PM divulgou posteriormente que eram entre 500 e 600 pés. O material teria sido todo incinerado no próprio local.