MP recomenda ao estado e à capital não sediarem a Copa América, em Goiás
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) expediu recomendações ao governo e à Prefeitura de Goiânia para que a capital não sedie eventos relacionados à Copa América. Os promotores levaram em consideração a alta nos números de ocupação de hospitais do estado e os decretos que restringem atividades comerciais para evitar a disseminação da Covid-19.
Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informou que ainda não recebeu, formalmente, a referida recomendação. Disse ainda que, assim que isso acontecer, vai avaliar o pedido e se manifestará a respeito.
A indicação foi feita na quarta-feira (2), após membros do Centro de Operações Emergenciais (COE) em Saúde Pública de Goiás para Enfrentamento ao Coronavírus se posicionarem contra à realização do evento. No mesmo dia, o Conselho Estadual de Saúde emitiu uma nota de repúdio à realização da competição.
O documento fixou prazo de cinco dias para que o Governo de Goiás informe sobre as providências adotadas.
Na terça-feira (1º), o governador Ronaldo Caiado (Dem) disse que impôs uma série de exigências para que Goiânia receba jogos da Copa América. Segundo ele, a Conmebol, organizadora do evento, aceitou. Segundo ele, os jogos serão realizados sem torcedores (veja as regras abaixo).
No mesmo dia, outra recomendação no mesmo sentido já tinha sido enviada pela 88ª Promotoria de Justiça à prefeitura.
O G1 solicitou um posicionamento à Prefeitura de Goiânia, por e-mail enviado às 17h04 desta quinta-feira (3), e aguarda retorno.
Nos documentos, os membros do MP citaram a alta taxa de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e enfermaria nos hospitais estaduais, municipais e privados de Goiânia para tratamento da Covid-19. Eles abordaram ainda os decretos municipais da capital, que restringem inúmeras atividades comerciais com o objetivo de evitar aglomerações.
Veja as regras pedidas por Ronaldo Caiado:
Inicialmente, os jogos serão realizados no Estádio Olímpico e o Serra Dourada servirá de suporte. Para a realização do evento, o governador impôs as seguintes exigências:
- A primeira delas foi que todas as partidas e treinos não contassem com torcida e que fosse montado um sistema estilo bolha, que protegesse atletas, arbitragem, comissão técnica, imprensa e todos os envolvidos direta e indiretamente com o processo. O que foi aceito.
- Que a Conmebol vacinasse todos os envolvidos na competição: atletas, arbitragem, comissão técnica, imprensa e funcionários envolvidos direta e indiretamente. Aceitaram.
- Além disso, o governo disse que não vai gastar nenhum centavo com a competição. Qualquer investimento de infraestrutura será por conta do organizador.
FontE> G1 Goiás