Governo promove inclusão digital de idosos

A pensionista Eurípia Guimarães Barbosa, 78 anos, nunca tinha feito compras pela internet e só batia papo de forma presencial. Com o isolamento imposto pelo coronavírus, teve que mudar os hábitos e aderir à tecnologia. Ela é uma das 120 pessoas que participam das aulas de inclusão digital oferecidas gratuitamente pelo Governo do Estado, por meio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). As oficinas contemplam moradores e frequentadores dos centros de idosos Vila Vida e Sagrada Família, e dos espaços Bem Viver I e II.

“A tecnologia atual é fantástica”, comenta entusiasmada Eurípia, entrevistada de forma virtual. “A inclusão digital melhora a minha qualidade de vida, minha saúde emocional. É uma atividade que ajuda a preencher bastante o meu tempo, a adquirir conhecimento e a afastar a solidão nestes dias em que é preciso ficar em casa”, destaca, descrevendo sua agenda movimentada de videoconferências com os netos, missas pela internet, e encontros via Google Meet.

A presidente de honra da OVG e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), primeira-dama Gracinha Caiado, ressalta que a população idosa também quer se manter informada e conectada ao que acontece no mundo. “Com a inclusão digital, possibilitamos que esses idosos se socializem, cultivem laços familiares. Além disso, eles passam a ter acesso a uma ferramenta que auxilia nas mais variadas demandas do dia a dia”, pontua. “Como o universo virtual ainda é novo para eles, é um público que merece toda a nossa atenção”, pondera Gracinha.

Aulões

Por conta da pandemia, a procura pelas aulas de inclusão digital aumentou 60% nas unidades da OVG. Segundo a instrutora do Espaço Bem Viver, Denise Carrijo, além de ajudar os idosos a usar a tecnologia, as oficinas são uma forma de proteção porque fazem alertas sobre os cuidados durante a navegação na internet, o uso de aplicativos, redes sociais e transações bancárias.

Ela diz que a pandemia exigiu inovações na hora de ensinar, já que as aulas presenciais tiveram que ser suspensas. “Semanalmente, nós criamos conteúdos que são disponibilizados nos grupos de WhatsApp destinados aos idosos de cada uma das unidades da OVG. Neste espaço virtual, de forma integrada com outros serviços oferecidos, trabalhamos com as equipes de dança, educação física, socioeducativa, artesanato e psicologia. Dessa maneira, oferecemos a essas pessoas ocupação para a mente e para o corpo.”

Segundo Denise Carrijo, além disso, a cada 15 dias, são realizados aulões virtuais que reúnem, mesmo que a distância, uma turma para lá de animada. Durante esses encontros, são discutidos temas específicos que interessam ao grupo da terceira idade. Depois, vem o “recreio”: oficinas de dança e educação física.

A diretora-geral da OVG, Adryanna Melo Caiado, assinala que o mundo digital tem sido uma importante ferramenta na melhora da qualidade de vida dos moradores e frequentadores dos centros de idosos da organização, além de evitar a solidão desse grupo em tempos tão difíceis, devido à Covid-19.

“Todos os projetos da OVG são implantados após ampla pesquisa que indique os benefícios que eles trazem. Estudos demonstram que a inclusão digital aumenta a autoestima das pessoas, melhora o acolhimento, incentiva o convívio social, mesmo que a distância, e trabalha a afetividade, o que é muito bom para eles.”

Perfil
Instrutora no Espaço Bem Viver II, Glauciene Santos conta que avaliações do grau de satisfação dos idosos beneficiados com a inclusão digital da OVG revelaram que 90% dos alunos são mulheres; 85% dos idosos têm entre 60 e 70 anos; e 15%, entre 70 e 80 anos. A análise destaca ainda que 98% dos idosos que frequentam essas aulas têm smartphone com acesso à internet e 100% deles têm suas necessidades e objetivos supridos no projeto.

O Facebook é a rede social mais acessada e o WhatsApp é o aplicativo mais utilizado para a troca de mensagens. Entre os aplicativos utilizados no dia a dia: 92% usam WhatsApp; 70% Facebook; 50% YouTube; 10% e-mail; 12% Instagram. Glauciene Santos comenta ter aumentado, em mais de 50%, a procura pelas plataformas de streaming de filmes, como a Netflix, e de música, como Spotify. “É bem interessante acompanhar a evolução do aprendizado deles e perceber que a tecnologia tem contribuído para melhorar a qualidade de vida dos idosos”, afirma a instrutora.

Fonte: Capital do Entorno

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