Câncer de próstata é a segunda doença que mais afeta homens no mundo
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens no mundo, e no Brasil, os números preocupam. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença foi responsável por mais de 16,4 mil mortes em 2022 e registra cerca de 71.730 novos casos ao ano, com uma taxa de incidência de 55,49 por 100 mil habitantes, conforme estimativas para o período de 2023 a 2025.
Apesar da alta prevalência, o diagnóstico precoce enfrenta resistência. Pesquisa da Nexus em parceria com o A.C. Camargo Cancer Center revelou que um em cada três homens com mais de 45 anos nunca realizou o exame de toque retal, essencial para detectar alterações na próstata. Ainda que 59% dos entrevistados relatem conhecer formas de prevenção, o autocuidado é frequentemente negligenciado.
Estigma e diagnóstico tardio
O médico-cirurgião e urologista Vitor Sifuentes aponta que preconceitos sociais e desinformação são barreiras críticas no combate ao câncer de próstata. “Existe um estigma que associa o autocuidado masculino à fragilidade, afastando muitos homens de consultas de rotina. Isso atrasa o diagnóstico e compromete as chances de sucesso no tratamento”, afirma.
O câncer de próstata é silencioso em suas fases iniciais, o que torna os exames de PSA e toque retal fundamentais. “Esses exames complementares ajudam a identificar alterações antes do aparecimento de sintomas, aumentando significativamente as chances de cura”, explica Sifuentes.
Fatores de risco e prevenção
A idade avançada, histórico familiar, obesidade e etnia são fatores de risco importantes, com homens negros apresentando maior predisposição à doença. O médico alerta que homens acima de 50 anos devem realizar exames regularmente, enquanto aqueles em grupos de maior risco, como os com histórico familiar ou homens negros, devem iniciar o rastreamento aos 45 anos.
Com o Novembro Azul, campanha dedicada à saúde masculina, especialistas reforçam a necessidade de superar tabus e priorizar o autocuidado. “Procurar um médico é um ato de responsabilidade com a saúde e com a qualidade de vida no futuro”, conclui Sifuentes.