Senado debate criação de VLT entre DF e Luziânia (GO)

A Comissão de Infraestrutura do Senado vai promover, na próxima quinta-feira, uma audiência pública interativa para discutir os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados ao desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal. O foco será o projeto de implantação de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre Brasília e Luziânia (GO), aos moldes do que circula no Rio de Janeiro (foto). A iniciativa é do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que defende a implantação do empreendimento. O edital de contratação da empresa encarregada de conduzir o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) do projeto, sob a responsabilidade da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), já foi publicado.

Custo de R$ 80 milhões

O senador Jorge Kajuru explica que o VLT poderá atingir uma velocidade de até 100 quilômetros por hora, conectando o Distrito Federal a Luziânia e passando pelo Park Way, Núcleo Bandeirante, Guará e Setor de Indústrias, com destino à Estação Rodoferroviária. Segundo o parlamentar goiano, o Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO) será utilizado para a implementação do VLT. A estimativa de custo, que envolve a adaptação de 76 quilômetros de trilhos existentes, está entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões por quilômetro, totalizando R$ 80 milhões. “Este projeto tem o potencial de beneficiar até 560 mil pessoas”, acredita Kajuru.

Convidados

Foram chamados para o debate: o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves; o prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto; o administrador regional de Santa Maria, Josiel França Penha Neto; a secretária do Entorno do Distrito Federal por Goiás, Maria Caroline Fleury de Lima; e o coordenador-geral de Apoio aos Entes Subnacionais do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), Paulo Alexandre de Toledo Alves. Também estão na lista de convidados o diretor de Planejamento e Avaliação da Sudeco, Renato Jorge Brown Ribeiro; o diretor-executivo de Operações da Concessionária VLI, Alessandro Pena da Gama; o diretor de Parcerias com o Setor Privado do MDR, Denilson Campello dos Santos; o presidente da Câmara Municipal de Luziânia, Carlos da Liga (União); o presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz (MDB); e um representante da Superintendência Municipal de Trânsito de Luziânia.

Polêmica sobre a fundação do Instituto Histórico e Geográfico do DF

Uma solenidade marcada para 3 de junho na Câmara Legislativa despertou uma controvérsia. De iniciativa do deputado Thiago Manzoni (PL), o evento vai homenagear o aniversário de 60 anos da criação do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF). O problema é justamente o da história da entidade. O instituto foi criado em 3 de junho de 1964 pelo ministro Saulo Diniz, que foi seu primeiro presidente. Ocorre que o Instituto Histórico e Geográfico de Brasília já havia sido criado quatro anos antes pelo presidente Juscelino Kubitschek. O jornalista Silvestre Gorgulho, ex-secretário de Cultura e conhecedor da história de Brasília, até pela convivência com pioneiros, diz que, em 1964, com o golpe militar, JK pressentiu que seria perseguido e que suas ações também seriam questionadas e poderiam ser até extintas.

JK se preocupou com o IHG e pediu ao seu amigo Saulo Diniz que modificasse e cuidasse do Instituto para que ele sobrevivesse às intempéries políticas. Mas, na avaliação de Gorgulho, a data correta de fundação do Instituto é 8 de dezembro de 1960, conforme ata publicada no Diário Oficial, em 26 de novembro de 1962. “O que a Câmara Legislativa está fazendo é ofender a história e a memória do DF e do Brasil. O IHG-DF foi criado por JK, em 1960, e não em 1964. As circunstâncias políticas da época é que tentaram apagar o nome de Juscelino. Temos que resgatar e valorizar o nome do grande fundador do IHG-DF como a sua própria criação. A solenidade sugerida pela Câmara Distrital não honra a verdade da história”, acredita Silvestre.

Confirmação

Autor da homenagem, o deputado Thiago Manzoni adotou a data que o próprio Instituto Histórico e Geográfico do DF considera em solenidades e referências históricas. A cadeira número 100 do IHG-DF é ocupada pelo neto de Saulo Diniz, Saulo Santos Diniz. Ele tomou posse há um ano e afirmou em seu discurso: “Hoje, esse honroso convite tem me levado a concluir que venho sendo conduzido por forças que vão além da nossa existência. O ciclo de coincidências que envolvem a minha posse se configura, em mais alto grau, por ser neto do mentor, fundador e primeiro presidente do IGH-DF, ministro Saulo Diniz”. É que Saulo assumiu a cadeira que tem como patrona Julia Kubitschek, mãe do ex-presidente Juscelino Kubitschek.

Ajuda do DF para o Rio Grande do Sul

O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou ontem disposição em ajudar o governo do Rio Grande do Sul, que passa por severas inundações, com mortos, feridos e desabrigados. “É com enorme tristeza que testemunhamos as cenas que estão ocorrendo no Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas que atingem a região. Entrei em contato com o governador Eduardo Leite (PSDB) e manifestei que nossas forças de segurança estão prontas para prestar o devido apoio à região”, afirmou ibaneis. Ele prometeu enviar homens do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil e o que mais for preciso para ajudar a reduzir os efeitos da tragédia climática.

Rio Melchior em debate

Autora de pedido de CPI sobre a situação do Rio Melchior, a deputada Paula Belmonte (Cidadania) aguarda aprovação, mas já agendou uma Comissão Geral para discutir o assunto na próxima quinta-feira. “Vamos debater os desafios do crescimento populacional em volta do rio, considerado uma importante fonte de recursos hídricos e biodiversidade na região de Taguatinga e Samambaia”, esclarece a parlamentar, que também vai apresentar o estudo técnico solicitado por ela e elaborado pela Câmara Legislativa sobre a situação do Melchior.

Por Ana Maria Campos
Correio Braziliense