Mulher morre após procedimento no bumbum em clínica clandestina de GO

Goiânia – Uma mulher de 46 anos morreu, na noite do último sábado (1°/4), depois de ter severas complicações por causa de procedimento estético para aumentar o bumbum, em uma clínica clandestina de Anápolis, a 60 quilômetros de Goiânia. A Polícia Civil de Goiás investiga um suspeito de se apresentar como falso médico e realizar o preenchimento.

Ronilza Johnson estava internada no Hospital Municipal de Anápolis (Huana) desde o dia 27 de março. A investigação aponta que o biomédico Lucas Santana se apresentou como médico para a mulher.

O biomédico é investigado por suspeita de ter aplicado polimetilmetacrilato, mais conhecido como PMMA, no glúteo, rosto e em outras partes do corpo de Ronilza, com a ajuda do estudante de medicina Thierry Cardoso, que estuda na Bolívia.

Clínica clandestina

Na última sexta-feira (30), a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos e na clínica clandestina onde atuavam e também esteve em endereços domiciliares nas cidades de Leopoldo de Bulhões e Anápolis, a 48 quilômetros uma da outra. O estabelecimento foi fechado.

Na casa do estudante, em Leopoldo de Bulhões, foram apreendidos inúmeros medicamentos, inclusive de procedência estrangeira, de uso veterinário e receitas médicas em branco.

De acordo com a investigação, o PMMA provocou infecções graves no corpo da mulher, que, rapidamente, necrosaram e viraram feridas. Depois de passar mal e ser levada para o hospital, ela própria denunciou os suspeitos. O produto não é indicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para este procedimento específico, embora não seja proibido.

“O procedimento foi feito de forma ilegal, o que já foi verificado. Ela passou mal uma semana depois e vizinhos chamaram uma ambulância”, disse a delegada Cynthia Alves Costa.

Supostos crimes

A Polícia Civil informou que os suspeitos são investigados por lesão corporal seguida de morte, exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. Caso seja necessário, a polícia informou que vai pedir a prisão preventiva deles.

Um documento é usado pela polícia como prova de que os serviços foram realizados, no valor de quase R$ 9 mil. A equipe de investigação apreendeu uma ficha em que está o carimbo de Lucas Santana. A polícia também apontou a participação do estudante de medicina.

Sem alvará

A clínica onde o biomédico trabalhava foi fechada pela vigilância sanitária por não ter alvará de funcionamento. No local, foram apreendidos cadernos com anotações e tubos utilizados para coleta e armazenamento de sangue.

O Conselho Regional de Biomedicina de Goiás informou, em nota, que o biomédico realizou um procedimento não autorizado pelo Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) e que será aberto contra ele processo ético, sem prejuízo da análise de processo criminal pelas autoridades policiais. O texto diz que Lucas da Silva Santana tem registro profissional e habilitação em estética.

Fonte: Metrópoles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *