Aumentam os casos de recém-nascidos com clavícula quebrada, já é o terceiro caso em Santa Maria DF
Os três casos acontecerem em menos de 15 dias e serão apurados pela PCDF.
O momento mais sonhado de uma mãe e de um pai, é o nascimento de um filho (a). Porém, três famílias tiveram esse sonho frustrado após seus filhos terem a clavícula quebrada no momento do parto no Hospital Regional de Santa Maria.
O primeiro caso ocorreu em 29 de março, com o filho de Jéssica Lima de Moraes de 28 anos. Segundo o pai da criança, Júlio Cezar do Vale Bezerra,35 anos, ele não conseguiu entrar para acompanhar a esposa no momento do parto, pois foi impedido logo na triagem.
“Não pude presenciar o nascimento da minha filha. Quando autorizaram o acesso, a Jéssica estava com a bebê enrolada em uma coberta, no colo. Apenas me deram os ‘parabéns’, após todo o procedimento”, desabafou Júlio Bezerra.
No dia seguinte, um pediatra visitou o leito onde a família estava e, ao examinar a criança, suspeitou que a bebê Mirella Lima Vale estava com a clavícula direita quebrada. O profissional orientou que fosse feita uma radiografia.
“Até o médico estranhou. Questionou se alguém já havia nos informado, pois a neném estava claramente com o osso quebrado. Alertou que era perigoso pegar no colo e tínhamos de ter cuidado ao dar o banho”, relatou o pai.
O segundo caso, aconteceu dia (11/04). De acordo com o pai da criança, Lucas Lima, 27 anos, sua companheira, Deysiane de Sousa Rodrigues, 26 anos, deu entrada no hospital na noite de domingo (11), já em trabalho de parto.
Segundo o pai do bebê, foram horas de sofrimento e não houve cuidado da equipe médica durante o parto.
“Só descobrimos que nosso filho estava com a clavícula quebrada no dia seguinte, quando um pediatra o examinou. Depois do raio-X, veio a confirmação. Queremos que a polícia apure se houve algum tipo de negligência ou imperícia”, afirmou.
O terceiro caso ocorreu no mesmo dia do segundo. Thaís Alves, 26 anos mãe de Rebeca Hadassa Alves Santana, relatou ao Radar Santa Maria que sua filha também teve a clavícula quebrada no momento do parto.
A fatura é uma distorção dos ombros, isso acontece devido ao distanciamento grande entre os ombros do bebê e o canal do parto. Durante a execução de manobras para liberar os ombros do bebê pode ocorrer o faturamento.
No Brasil esse caso é rara, ocorre durante o parto normal, o tratamento é simples e leva a recuperação completa.
Quando se comprova o faturamente, a mãe deve seguir todas as orientações do ortopedista.
O Dr. Rui Maciel Godoy Jr., presidente do Departamento Científico de Ortopedia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) explica que: “Deve ser realizado um exame físico detalhado do bebê para o diagnóstico correto. Pode ser necessário, também, realizar radiografias, pois é preciso saber se há outras lesões. A fratura da clavícula pode estar associada a uma lesão em um conjunto de nervos, o plexo braquial, que é bem mais grave”.